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Cirurgia plástica na adolescência

  • Artigo publicado em: 5 novembro, 2019
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Nas grandes cidades brasileiras os adolescentes procuram cada vez mais frequentemente consultórios de cirurgia plástica.  Criou-se com isso a necessidade de um cirurgião plástico mais familiarizado com o problema do adolescente, do ponto de vista subjetivo e objetivo.  Este profissional deve conhecer as diferenças biológicas do corpo do jovem, em relação ao adulto geral, suas modificações e seu comportamento frente uma cirurgia plástica e medicações específicas.  

O cirurgião plástico que trabalha com adolescentes tem que conhecer a maneira de pensar própria e específica desta faixa etária.  Engana-se quem pensar que o trabalho realizado com adolescentes e adultos jovens é apenas uma adaptação do que se faz em pessoas das mais diversas idades.  

Os adolescentes trazem expectativas únicas que quando não bem compreendidas, podem levar a frustração e desânimo por parte destes jovens.  É necessário conversar com o paciente longamente e entender os motivos que o levaram a buscar ajuda na cirurgia plástica. Orientamos que se possa conversar longamente com o adolescente separadamente de seus responsáveis e também juntos deles, para que possamos avaliar precisamente suas expectativas sem filtros parentais.  O paciente jovem tem que sentir que você está do lado dele, mesmo que seja para contra indicar um procedimento, o que acontece com alguma frequência quando percebemos que a motivação é incoerente, as expectativas são irreais e o potencial de resultado limitado.   

Os pacientes adolescentes e adultos jovens tem como característica básica a urgência e a negação.  Eles acreditam que seu problema tem que ser resolvido o mais rápido possível e nada de errado poderá ocorrer com eles na busca de seus objetivos.  Isto quando não adequadamente avaliado por um cirurgião treinado leva a procedimentos mal indicados, pós-operatórios mal conduzidos e prejuízo no relacionamento médico-paciente.  Por outro lado, pais de adolescentes, acreditam que o problema trazido para o médico não é importante, que é influência passageira de amigos. Acreditam também que qualquer risco cirúrgico é injustificado.  

Nestes anos nos adequamos para poder trabalhar com adolescentes e adultos jovens da melhor maneira possível.  Toda a equipe, desde a primeira consulta, a fisioterapia pós-operatória, e eventual acompanhamento psicológico (com psicólogo especialista em adolescentes) que possa necessitar é realizado por pessoas treinadas no relacionamento com estes pacientes.

 

Joel Jacobovicz é médico formado pela Universidade Federal do Paraná (1990), membro titular e especialista pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.